sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os Inocentes do Brasil

Os inocentes do Brasil
não viram Dario sentar;
tampouco viram o navio entrar.
Estás bem, senhor?
Trouxe bailarinas?
Trouxe imigrantes?
Dario abriu a boca, moveu os lábios,
não se ouviu resposta.
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram.
Dario estava morrendo - gritou a velhinha grisalha.
Mas quem pagaria a corrida do táxi? Dario já não possuía
nem seu guarda-chuva, tampouco sapatos ou o fiel cachimbo.

Arrastado até a pedra fria jaz Dario.
Sem o paletó, sem a aliança de ouro,
sem os sapatos ou o guarda-chuva, sem o fiel cachimbo.
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, a cerveja está gelada, e há um óleo suave,
que eles passam nas costas, e esquecem.
Apenas os marginalizados, os descalços, deixam um toco de vela para Dario.

Os inocentes do Brasil, que sempre tiveram sua terra
abençoada por Deus e bonita por Natureza sempre se esquecem, inocentemente
Que o Homem é o lobo do Homem
e a chuva cai indiferente aos inocentes do Leblon, de São Paulo ou de Brasília.

2 comentários:

juliana g. disse...

=)
great!

Wil disse...

Thanks, teacher!!!


Posso ficar tímido agora?