Os inocentes do Brasil
não viram Dario sentar;
tampouco viram o navio entrar.
Estás bem, senhor?
Trouxe bailarinas?
Trouxe imigrantes?
Dario abriu a boca, moveu os lábios,
não se ouviu resposta.
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram.
Dario estava morrendo - gritou a velhinha grisalha.
Mas quem pagaria a corrida do táxi? Dario já não possuía
nem seu guarda-chuva, tampouco sapatos ou o fiel cachimbo.
Arrastado até a pedra fria jaz Dario.
Sem o paletó, sem a aliança de ouro,
sem os sapatos ou o guarda-chuva, sem o fiel cachimbo.
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, a cerveja está gelada, e há um óleo suave,
que eles passam nas costas, e esquecem.
Apenas os marginalizados, os descalços, deixam um toco de vela para Dario.
Os inocentes do Brasil, que sempre tiveram sua terra
abençoada por Deus e bonita por Natureza sempre se esquecem, inocentemente
Que o Homem é o lobo do Homem
e a chuva cai indiferente aos inocentes do Leblon, de São Paulo ou de Brasília.
2 comentários:
=)
great!
Thanks, teacher!!!
Posso ficar tímido agora?
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